
Com o mesmo programa e o mesmo elenco do concerto de 5 de Março em Peniche, o coro apresentou-se em concerto na Sé de Évora a 12 de Março de 2005. Foi, de facto, um privilégio cantar na catedral eborense várias vezes, pela importância deste local na história da música portuguesa.
De toda a actividade de recuperação do património musical desta sé, destaca-se o trabalho musicológico do Cónego José Augusto Alegria, entre outros especialistas, e a militância da associação Eborae Musica, que há largos anos promove, entre muitas actividades, as Jornadas Internacionais ‘Escola de Música da Sé de Évora’.
«Da Claustra da Sé Eborense saíram os mais reputados mestres da polifonia portuguesa nos séculos XVI e XVII» refere Alegria. «Todo o contexto histórico garante e prova a verdade dos documentos, demonstrando com superior evidência que o sucesso do ensino da música em Évora se ficou devendo a uma ampla visão das realidades artísticas em função de outras realidades que eram as litúrgicas.» E conclui: «Não há dúvida de que só os organismos solidamente estruturados em bases económicas com apoio numa dinâmica espiritual conducente a fins previamente propostos, conseguem vencer as resistências dos anos e o cansaço dos homens».
Quando conheci Alegria fiquei com a impressão de uma pessoa amargurada. Percebi mais tarde, ao ler os seus livros, que também a história da música e da liturgia está marcada pela intolerância e pela ignorância. O alto nível da música nesta sé era excepcional mas também o panorama de outras igrejas portuguesas ombreava com o que de melhor se fazia lá fora, à época.
Como é possivel que hoje, na era da globalização em que todos sabemos de todos, tenhamos apenas para mostrar a memória do passado? Quem são os responsáveis por termos chegado a este deserto? Há muitos concertos, é certo, mas as acções que eram o contexto de todo este património, dispensaram-no, e não se continua a pedir aos artistas de hoje que dêem o seu melhor para que toque e inquiete aquela beleza sempre antiga e sempre nova.
De toda a actividade de recuperação do património musical desta sé, destaca-se o trabalho musicológico do Cónego José Augusto Alegria, entre outros especialistas, e a militância da associação Eborae Musica, que há largos anos promove, entre muitas actividades, as Jornadas Internacionais ‘Escola de Música da Sé de Évora’.
«Da Claustra da Sé Eborense saíram os mais reputados mestres da polifonia portuguesa nos séculos XVI e XVII» refere Alegria. «Todo o contexto histórico garante e prova a verdade dos documentos, demonstrando com superior evidência que o sucesso do ensino da música em Évora se ficou devendo a uma ampla visão das realidades artísticas em função de outras realidades que eram as litúrgicas.» E conclui: «Não há dúvida de que só os organismos solidamente estruturados em bases económicas com apoio numa dinâmica espiritual conducente a fins previamente propostos, conseguem vencer as resistências dos anos e o cansaço dos homens».
Quando conheci Alegria fiquei com a impressão de uma pessoa amargurada. Percebi mais tarde, ao ler os seus livros, que também a história da música e da liturgia está marcada pela intolerância e pela ignorância. O alto nível da música nesta sé era excepcional mas também o panorama de outras igrejas portuguesas ombreava com o que de melhor se fazia lá fora, à época.
Como é possivel que hoje, na era da globalização em que todos sabemos de todos, tenhamos apenas para mostrar a memória do passado? Quem são os responsáveis por termos chegado a este deserto? Há muitos concertos, é certo, mas as acções que eram o contexto de todo este património, dispensaram-no, e não se continua a pedir aos artistas de hoje que dêem o seu melhor para que toque e inquiete aquela beleza sempre antiga e sempre nova.
Sem comentários:
Enviar um comentário