Como forma de preparar a digressão, dedicaram-se os vários encontros de formação e os concertos o 1º semestre a esta temática, sob o título genérico de «Música em Diálogo».
No dia 9 de Março, realizou-se um concerto na Igreja dos Jerónimos que tomou literalmente este título. Participaram o Quarteto Arabesco e o Coro de Santa Maria de Belém que, em vez de ocuparem o 'palco' central à frente do público e actuarem em conjunto, ocuparam cada um o seu estrado, situado frente a frente dos dois lados da Nave Central. E foi assim que, em modalidade antifonal, se alternaram peças vocais e instrumentais dos compositores portugueses e romanos referidos.
Em plena Quaresma, o público teve a oportunidade de escutar ora do seu lado esquerdo ora do seu lado direito, um conjunto de peças adequadas à preparação para a Páscoa, com o retábulo da capela mor como fundo e uma cruz a pontificar todo o espaço.
Habituados a olhar hoje em dia para estas grandes igrejas como auditórios que nunca foram, nem estão acusticamente preparadas para o ser, pouco exploramos as potencialidades espaciais que nos oferecem, o efeito cenográfico de novidade, de movimento e de surpresa com que podemos mais eficazmente nelas comunicar.
Esta foi sem dúvida uma experiência singular e muito gratificante, tanto para os interpretes como para o público.


As palavras, embora ricas de conteúdo não chegam para transmitir os ambientes criados. A concentração do coro, a beleza dos timbres,a simplicidade e intensidade da interpretação, a magnificência dos lugares e uma organização sempre pormenorizada e exemplar construíram momentos para mim inesquecíveis. A música portuguesa marcou bem fundo a sua presença, pela sua beleza pela interioridade com que o nosso maestro a fez soar. Palavras de apreço ditas por ingleses, que ainda pediram mais música portuguesa, fazem-nos pensar...
ResponderEliminarQue portugueses somos nós que não damos o devido valor aos nossos valores? Música excelente tão pouco cantada. Bons intérpretes facilmente deixados cair. Bem hajam todos os que contribuíram. A memória fica viva.