
No dia 10 de Março de 2002 o coro apresentou-se em concerto na Sé Patriarcal de Lisboa com o organista António Esteireiro. Tendo como peça única no programa a Via Crucis de Franz Liszt, que é uma peça essencialmente instrumental, o órgão teve neste concerto o papel principal, e a interpretação de António Esteireiro foi notável. Ao coro ficaram confiados os textos que fazem desta obra uma verdadeira catequese, presentes em dois corais, na abertura com o hino de Domingo de Ramos, no final, e nos comentários a vozes iguais sobre o Stabat Mater gregoriano. Porque uma ‘via sacra’ implica sempre movimento, explorámos as potencialidades cénicas do espaço pondo um semi-coro de vozes femininas a cantar cada uma destas frases num ponto diferente da igreja, fazendo ao todo um círculo que terminou no altar principal, no clímax da peça, quando um solista canta as palavras de Cristo na cruz «Meu Deus, porque me abandonastes» e o semi-coro repete a ultima frase «Tudo está consumado». Estes solos estiveram a cargo de Hugo Wever, cujas intervenções foram perfeitamente ‘a carácter’. Recordo este concerto como um dos melhores concertos do coro, em termos da ambiência criada e envolvimento da assistência, que contava com a presença discreta do bispo D. Manuel Clemente.
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