sábado, 20 de março de 2010

Páscoa


Este blogue tem seguido o ritmo do calendário civil, o que dificulta a abordagem da Liturgia do Tríduo Pascal, uma vez que a Páscoa é uma festa móvel. Com efeito, ainda hoje se segue a orientação do Concílio de Niceia (em 325) que decretou que a Páscoa fosse celebrada no domingo a seguir à Lua Cheia depois de 21 de Março (dia do equinócio da Primavera), o que significa que pode oscilar entre 22 de Março e 25 de Abril.
Por isso, a partir de hoje até ao dia 25 de Abril aqui falaremos das diversas celebrações da Páscoa, não só o domingo mas os dias que a antecedem e que no conjunto constituem o Tríduo Pascal, e também dos outros eventos, sobretudo concertos, em que o coro participou por estes dias, de 1990 a 2009.
A Páscoa é o centro do ano litúrgico e é a luz da sua importância primordial para os cristãos que se posicionam as outras festas do ano, como o Natal, cuja celebração é mais tardia.
Preparada ao longo de 40 dias (a Quaresma), a Páscoa implica, para um coro litúrgico uma preparação exigente e demorada. Quando se entra na Semana Santa, com a celebração de Domingo de Ramos, tudo tem de estar já ensaiado, deixando para os ultimos dias apenas uma clarificação da ordem dos ritos e das peças, dos detalhes dos horários, ensaios de colocação e logística. Sim, não estamos apenas a falar de missas, mas de celebrações que só têm lugar uma vez no ano, como a Celebração da Paixão ou da Vigília Pascal com as suas 4 grandes secções. Mesmo na Quinta Feira Santa, a missa integra o rito do 'lava pés' e termina com uma procissão de trasladação do Santíssimo. Tudo isto implica pois uma quantidade significativa de reportório, cuja qualidade tem de estar sintonizada, em proporção, com a importância destes dias no contexto do calendário litúrgico.
Para o coro, estes dias eram vividos de forma muito intensa. Implicavam muito trabalho e uma grande preocupação dada a mobilidade que sempre há nas festas de Natal e Páscoa, mas ao fim todo o cansaço que naturalmente se sentia era revigorante.
A 20 de Março de 2008, a Páscoa começou como sempre, com aquele introito da Missa da Ceia «Toda a nossa glória está na Cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo». Nesse dia o coro deu um enfoque especial a obras de D. Bartolucci, durante décadas mestre da Capela Papal e de Azevedo de Oliveira (ver detalhes no cartaz), no contexto da preparação da digressão a Roma que teria lugar meses depois, como já aqui foi referido.
Também para a preparação de outra digressão, desta feita a Colónia, contribui o concerto que o coro deu nos Jerónimos dia 20 de Março de 2005, com obras de autores portugueses, num programa semelhante aos já referidos concertos de Peniche e Évora desse ano.

Sem comentários:

Enviar um comentário