segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Igreja de S. Domingos


A Igreja de S. Domingos, na baixa de Lisboa, é um espaço impressionante. Remontando ao séc. XIII a igreja sedimentou uma mescla de diferentes períodos e o resultado de factos marcantes, com destaque para a reforma da capela-mor pelo Arquitecto Ludovice, em 1748, a obra de reconstrução de Manuel Caetano Sousa, e o grande incêndio de 1959.
Palco de aclamações regias, casamentos e baptizados reais, esta igreja ficou também associada à tragédia da Inquisição, pois dela saíam os grandes cortejos que conduziam os condenados à fogueira.
O que hoje lá está, após obras de restauração que passaram pela colocação de um tecto e arranjo parcial dos altares, com uma massa de cor vermelha, mas que deixaram ainda a vista toda a pedra estalada pelo calor do fogo, parece uma metáfora dessa história de contrastes, e do que pode ainda hoje considerar-se a Igreja, um espaço de acolhimento, de encontro e de conversão que não está imune aos pecados dos homens de que é feita.
Foi neste espaço emblemático que o coro iniciou um ciclo de quatro concertos com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, para a apresentação da Messa di Gloria de Puccini, sob a direcção do maestro Jorge Matta, o qual culminou no Tradicional Concerto de Reis da Igreja dos Jerónimos, que o coro promoveu durante mais de uma década. Esta parceria foi por nós proposta à OML e concretizou-se com o empenho do Maestro Álvaro Cassuto e da Prof. Gabriela Canavilhas.
A Igreja de S. Domingos tem uma vida litúrgica intensa, com uma oferta simples mas digna, e é um porto seguro para as almas inconformadas.

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