segunda-feira, 24 de maio de 2010

Viri galilaei


A 24 de Maio de 2009 o coro cantou na Solenidade da Ascensão do Senhor, nos Jerónimos, uma festa litúrgica que ao longo dos séculos produziu inspiradas páginas de música. Durante alguns anos cantámos nesta solenidade o introito e a comunhão em versões de Petr Eben, insigne compositor de Praga, recentemente falecido. Essas versões, semelhantes às que compôs para outras festas litúrgicas, assentam num canto monódico e órgão, testemunhando tanto a melodia como a harmonia, que estamos perante uma música do nosso tempo. Há quem defenda que o 1º milénio foi o milénio da monodia, o 2º o da polifonia e estamos perante um retorno à monodia. Mas, a aceleração da história não parece aconselhar uma perspectiva tão modular do tempo. Em todo o caso, no ano pastoral 2008-2009, que foi o último do coro, houve uma clara aposta nas antífonas gregorianas das grandes solenidades, a par da aposta nas missas polifónicas. Um regresso à musica sacra histórica que não significava, de facto, um regresso ao passado, mas uma projecção no futuro, tendo em conta que o novo órgão de coro (?) iria ficar bem longe do coro, e era, por isso, mais sensato cantar em alternância, como foi tradição durante séculos no mundo latino e na Pesínsula Ibérica em particular. No ano de 2009 o programa da missa contou então com as antífonas gregorianas Viri galilaei e Psallite Domino, e com uma versão polifónica da Missa Lux et origo de W.Menschick, missa que se cantou durante todo o tempo pascal na versão gregoriana e que nesta festa e no Pentecostes desabrochou em 4 vozes.

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