sexta-feira, 11 de junho de 2010

Cantar para o Papa


No dia 11 de Junho de 2008 o coro iniciou a sua digressão coral à Cidade Eterna, com um programa dedicado às fortes conexões musicais entre Portugal e Roma, em diversos períodos. Viajou de véspera, aproveitando o feriado do 10 de Junho, e instalou-se relativamente perto do Vaticano, na Casa San Juan de ribera, de umas simpáticas religiosas. Começou o dia pela fresca, vocalizando no átrio da residencial e treinando depois no exterior, enquanto aguardava o transfer, aquilo que iria cantar para o Papa em plena Praça de S. Pedro. Sempre se ambientava às hostilidades do ar livre.
Ao chegar à Pr. de S. Pedro, ocupámos um lugar fantástico, mesmo lá à frente, à direita do local onde o Papa se sentaria. Um pouco atrás, até. Devemos esta benesse às diligências da nossa coralista Ana Pessoa e Costa, que fez contactos com a Embaixada de Portugal junto da Santa Sé.
Depois é o que se sabe. A praça estava animada, com grupos de vários países. O Papa chegou, foi muito aplaudido e fez a sua catequese. Depois, ao referir os grupos presentes, iam-se ouvindo intervenções aqui e ali. Chegou a vez do nosso nome e cantámos com todo o vigor o Tu es Pedrus de Bartolucci. A espera tinha sido longa e a emoção era tanta que naquela altura o que saiu saiu. Com o Papa virado para trás, a olhar para nós com ar interessado. E soube a pouco. Eis senão quando continuou referindo-se ainda e especificamente a nós « Procurai imitar a Virgem Maria, cujo coração exultava no Senhor, não se cansando de meditar e celebrar as maravilhas do Omnipotente! No meio das amarguras da vida, sede os cantores daquela alegria com que Deus olha e abraça todas as suas criaturas. Implorando abundantes graças e as melhores prosperidades cristãs para vós e vossas famílias, dou-vos a minha Bênção.»
Relemos depois estas palavras no Observatore Romano. Palavras estranhas, agora que o Papa veio a Lisboa e aos Jerónimos já depois do coro não existir, mas que continuam actuais para todos e cada um a quem foram dirigidas, e reforçadas por aquela frase dita agora no CCB «Fazei coisas belas, mas essencialmente fazei das vossas vidas lugares de beleza».
No fim o Papa ainda passou ali bem perto, depois de cumprimentar uns noivos, e aproveitámos para o saudar, exibindo as T’shirts que mandámos fazer para a ocasião.
À tarde cantámos numa missa na Basílica de Santa Maria Maior, não no altar principal, que só é usado ao domingo, mas na capela lateral. Fomos recebidos por Mons. Miserachs, que é Mestre Capela naquela importante basílica papal e director do Pontifício Instituto de Música Sacra.
Acompanhou-nos nesta digressão a Vanda Abreu, que assegurou a reportagem fotográfica. À noite, antes de dormir, presenteava-nos com um apanhado do dia, no seu portátil, com todos espalhados por sofás, cadeiras e chão.

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