terça-feira, 15 de junho de 2010

Na Basílica de S. Pedro


No dia 15 de Junho de 2008, o coro concluiu a sua Peregrinação Coral a Roma, cantando numa missa na Basílica Vaticana de S.Pedro, um espaço gigantesco, em área e em simbolismo. A escala do edifício é de tal ordem que nunca se faz música sem recurso a amplificação sonora. Cantar sem apoio de microfones seria a mesmíssima coisa que cantar na rua, pois não há praticamente qualquer retorno. E é também sintomático que nunca se tenha construído um órgão à escala da basílica do Papa. O órgão actualmente em funcionamento, disposto em duas secções de cada lado do Altar da Cátedra cumpre apenas uma função de acompanhamento e os poucos solos que faz, mesmo nas celebrações com menos gente, diluem-se por entre arcos, colunas e altares de tamanho esmagador. Mas o lugar impõe-se também e sobretudo pelo que significa para milhões de pessoas em todo o mundo, apesar e com todas as controvérsias da sua construção, por ser a sede do sucessor de Pedro.
Só o Papa (ou muito excepcionalmente um cardeal em sua representação) celebra no altar principal, o Altar da Confissão. Todas as outras missas são celebradas no Altar da Cátedra, na cabeceira da igreja. O coro ocupa nessas ocasiões um pequeno palanque encaixado numa das secções do órgão, junto á consola. Foi aí que o coro cantou nessa manhã de domingo.
Tudo se passou muito depressa. Primeiro as formalidades da entrada no perímetro de segurança da Praça de S. Pedro. Dois coralistas deixaram as vestes no autocarro, que já não foi fácil contactar. O organista cedeu a sua e outra coralista fez o mesmo. Entrámos. Seguimos até à zona do coro, e ali mesmo, perto do órgão, vestimos as vestes e ocupámos o nosso lugar. Não foi possível ver nada antes. Quem acompanhou a missa foi o Sérgio Silva, mas havia um músico da basílica (organista?) que ficou toda a missa junto do órgão a dar indicações. Tudo um pouco stressante. Ainda soavam algumas palavras do Prefácio e logo ele incitava o organista «já!».
À parte deste pormenor a missa correu muito bem. E passou num ápice. Fomos rapidamente tirar uma foto de conjunto mas logo nos convidávam a circular. Uf. Que lugar agitado…
Depois ficámos por ali mais uns minutos, a pensar se teríamos mesmo sido nós que haviamos cantado na missa. Ali. Naquele lugar tão importante.
E assim chegava ao fim a digressão. Mais umas horas na cidade e à tarde rumámos ao aeroporto de Roma Fiumicino, para voar para Lisboa, com escala em Madrid.
Há 12 anos, no mesmo dia tinhamos dado um concerto na pequena Sé Velha de Coimbra. Quem diria que dali a não muitos anos estariamos a cantar em S. Pedro de Roma…

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