segunda-feira, 26 de julho de 2010

Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica


Durante vários anos participei no Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica, que se realiza em Fátima, por volta da última semana de Julho. E se o refiro aqui é porque houve uma correlação forte com a história do coro pelo menos em 3 pontos. Primeiro, porque o ENPL influenciou imenso a minha visão da Liturgia e, por isso, os primeiros anos da vida do coro e a sua actividade. Segundo, porque tive oportunidade de ir duas vezes ao ENPL como conferencista e nessa altura o que disse era já fruto de uma reflexão continuada sobre a relação entra a música e a liturgia, que se alimentava da e alimentava a minha experiência com o coro e com os Jerónimos. Por fim, porque a ultima intervenção no encontro, precisamente há um ano, se dirigiu a membros de grupos corais, e versou fundamentalmente sobre o coro na liturgia, seu lugar e sua função. Nas vésperas de partir com o coro para uma digressão a Inglaterra, tomei como exemplo singular, o coro da Catedral de Westminster, em Londres, onde cantaria com o coro no sábado seguinte, para ilustrar o que pensava, ou melhor, o que julgo que a Igreja pensa sobre o papel do coro na liturgia. O que pensa, mas não necessariamente o que faz, pois o que vemos à nossa volta é, infelizmente, o oposto do que os documentos da Igreja recomendam. Paradoxalmente seria confrontado eu mesmo, logo a seguir a Agosto, com o problema do lugar do coro. Problema que, tanto quanto tinha percebido até então, nunca o fora. Mas seria assumido como tal, face a valores mais altos que se levantariam.
A primeira vez que fui ao encontro foi em 1988 (25 a 29 de Julho). Era a XIV edição e tema «A reforma litúrgica - 25 anos depois da Constituição sobre a Liturgia». Fiquei impressionado com o que ouvi e não menos com o que pude celebrar. De facto, as celebrações, sobretudo as missas na basílica, eram impressionantes, pelo envolvimento e pela participação da assembleia. Levei vários anos a processar esta informação, e a perceber que não poderia ter uma assembleia destas em Belém. Outras há que até poderão cantar mais que a de Fátima, mas a assembleia do encontro é a todos os títulos atípica, porque é formada por pessoas interessadas na pastoral litúrgica (leitores, músicos, acólicos, padres...). Foi nesse encontro que conheci alguns sacerdotes que compuseram abundantemente para a liturgia, entretanto já falecidos, como Mons Fernandes da Silva, o Pe. M. Simões e o Cón. Carlos Silva.
O encontro do ano seguinte foi porventura o que gostei mais de todos. O tema era «Celebração e Espaço Litúrgico». Recordo uma sessão extraordinária com D. Albino Cleto em torno do tema das novas igrejas e da disposição do espaço litúrgico. Foi sem dúvida um encontro decisivo para a minha reflexão sobre o espaço litúrgico extraordinário em que tinha o privilégio de fazer música, a Igreja dos Jerónimos, e para a minha luta para que esse espaço fosse preservado e promovido como tal e não um campo devassado pelo turismo inclusive durante as celebrações.
Quando fui aluno pela segunda vez do curso de música litúrgica do serviço de música sacra, desta vez na vertente de órgão, estava a concluir o conservatório e toquei algumas vezes nas missas na basílica. O grande órgão estava já num estado de avançada degradação mas permitia ainda um contributo muito impressivo sobre aquela assembleia tão participativa. Tanto quanto me recordo, toquei pela ultima vez um improviso sobre o hino do Grande Jubileu, no ano 2000 portanto.
Em 2004 voltei ao ECNL desta vez para falar no painel Escola de Ministérios sobre O Ministério do Canto e da Música, durante duas tardes seguidas, no Grande Auditório do Centro Paulo VI seguida de uma 3ª para debate conjunto com as outras áreas temáticas.
Finalmente, em 2009, todo o encontro foi dedicado à Música na Liturgia e tive a meu cargo de novo no painel Escola de Ministérios duas tardes na casa de N Sra do Carmo. Já não pude ficar para o debate porque nesse dia estaria já em Londres com o coro e na noite do 2º dia ainda havia um ultimo ensaio em Belém.
Desta sequência nos ocuparemos nos próximos dias, antes de uma pausa para férias.

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