terça-feira, 27 de abril de 2010

Aeterna Christi munera


Sempre que organizava encontros de formação, o coro fazia a ponte com a liturgia pondo os participantes a cantar na missa solene. E foi isso que aconteceu no workshop com Ghislaine Morgan. No domingo 27 de Abril de 2008, a missa do meio dia contou com um coro um pouco diferente do habitual, mas que seguiu à linha os hábitos da casa, nas entradas e saídas, cortejos etc. Sobretudo para os portugueses, percebia-se que era uma experiência singular cantar num espaço como os Jerónimos (a vista da igreja que o coro tinha a partir da capela mor era soberba), e atribuindo à música na liturgia um papel e um estatuto que ela entre nós, infelizmente, não tem. Papel e estatuto que continuam letra morta nas orientações conciliares, citadas a propósito e a despropósito para fundamentar práticas que nada têm a ver com essas orientações. Nesse domingo de Abril, cantou-se a belíssima missa Aeterna Christi munera de Palestrina, uma obra ao mesmo tempo simples e profunda. Com reportório deste até os não crentes sentem uma irresistível atracção pelo alto, a que só no mais íntimo se pode subir.

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