quarta-feira, 7 de abril de 2010

O Cavaillé-Coll de S. Luís dos Franceses


O Coro de Santa Maria de Belém cantou algumas vezes na Igreja de S. Luís dos Franceses, às Portas de Santo Antão. Não tantas como desejaria, pois era sempre um privilégio fazer música com aquele órgão.
Esta pequena igreja de planta quadrangular, que é uma ‘paróquia remota’ francesa (acho que reporta ao Arcebispo de Paris, mas não quero ser impreciso), tem um dos 3 órgãos Cavaillé-Coll que há em Portugal. Aristide Cavaillé-Coll foi nada mais que o maior construtor de órgãos do Séc. XIX e a sua obra está presente em muitas catedrais francesas (e noutras igrejas, grandes e pequenas).
Apesar de ser um órgão de pequenas dimensões (teria escala para um órgão de coro numa grande catedral), enche por completo a pequena igreja e a sua sonoriadade quente surprende face à sua imagem, pois o instrumento está concebido todo como um órgão expressivo, isto é, fechado numa caixa de pequenas portas verticais, como se fosse uma persiana que abre e fecha deixando que o som passe mais ou menos. Resultado: quando as portas estão fechadas nem se percebe que aquele móvel lacado, da cor da pedra, é um órgão de tubos.
Dia 7 de Abril de 2001, o coro deu ali um Concerto de Páscoa no âmbito do Centenário da morte de Josef Rheinberger. Com a participação do organista António Esteireiro e de um Quinteto de Cordas, apresentou o Stabat Mater op. 138, e alguns motetes.
A relação do reportório com a o órgão Cavaillé-Coll não poderia ter resultado melhor.
Um desses motetes, Dextera Domini, seria retomado várias vezes pelo coro, como aconteceu na Vigília Pascal de 2007, que teve lugar também a 7 de Abril. Um dos desafios da Vigília, que contava sempre com um coro mais reduzido, dada a mobilidade própria da época, era o canto dos salmos (7 leituras, 7 salmos, 7 salmistas) e o aleluia que antecede o Evangelho, o 1º depois da Quaresma, que o coro cantava 1º em gregoriano e depois em versão polifónica de G.B.Martini.

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