quinta-feira, 29 de abril de 2010

Soli Deo Gloria


Nesta data, em 2006, teve início o 2º fim de semana dos III Cursos Livres de Música Sacra com os professores António Esteireiro, Eugénio Amorim e José Paulo Antunes. Destacaria neste fim de semana a conferência sobre o tema ‘Celebração cristã e formas musicais para a Liturgia’ feita pelo Prof. Paulo Antunes, da Universidade Católica Portuguesa – Escola das Artes.
Conheci-o nos cursos de Música Litúrgica de Fátima, organizados pelo Secretariado Nacional de Liturgia, na altura em que preparava o seu Doutoramento na Universidade de Regensburg. Para além das nossas conversas em Fátima, relembro o contacto com os exemplos musicais que usou no seu trabalho, numa visita que lhe fiz àquela cidade alemã, e que constituiram para mim, a par do contacto com a Academia Superior de Música Sacra, onde também estudava música, e da famosa Catedral de Regensburg, uma oportunidade de abrir horizontes.
A tese veio a ser publicada, numa versão da UCP – Biblioteca Humanística e Teológica, com o título ‘SOLI DEO GLORIA – Um contributo interdisciplinar para a fundamentação da dimensão musical da liturgia cristã’ e foi no acesso a este documento que passei a relacionar, entre outros aspectos, ritos e formas musicais, bem como a aprofundar a história e o sentido de cada rito que uma celebração litúrgica integra. E isto foi determinante nas opções feitas na prática musical e litúrgica que se procurou desenvolver em Belém. Foi também um recurso fundamental para as vezes em que fui chamado a falar sobre estas matérias, relacionando a minha experiência concreta com este enquadramento conceptual.
Data também da sua estadia em Regensburg uma importante carta que me enviou sobre os princípios base da constituição de um coro de Pequenos Cantores, em resposta a um pedido de ajuda para avançar com um projecto deste tipo em Belém.
E o mais importante foram, sem dúvida, as muitas conversas que pudémos ter, num quadro onde a amizade fez a diferença. Para além da sua formação teológica e musical, o Prof. Paulo Antunes teve uma experiência pastoral concreta, na Paróquia de Cedofeita, entre outras experiências liturgico-musicais, no Porto e na Alemanha, o que deu sempre às suas ideias a sustentabilidade própria de quem liga a teoria à prática.
Das suas intervenções em Belém, sempre muito apreciadas, ficou a ideia forte de que o modo como fazemos música na liturgia afecta efectivamente a estrutura da celebração e o modo como celebramos. Pois a música não é um adorno, um brilho suplementar, mas faz parte integrante da acção liturgica e da sua essência. Daí a responsabilidade deste ministério e daqueles que nele intervêm, porque a sua intervenção contribui para uma melhor ou pior qualidade da celebração e dos frutos que dela retiram os que nela participam.
Por tudo o que aqui fica escrito, obrigado!

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